JOVENS HISTORIADORES

   

Os Filósofos (Montesquieu, Rousseau e Voltaire)



Estava uma noite fria e só havia uma coisa que sobressaía naquela noite, era a lua cheia. Na rua não se ouvia nenhum barulho, apenas se viam as luzes das casas acesas que depressa se iam apagando.

Finalmente encontramos a taberna que tanto procurávamos, entrámos, só algumas pessoas se encontravam naquele local sujo e com um forte odor a vinho, na última mesa daquela taberna esperavam-nos impacientemente, estávamos muito atrasados.

Quando nos sentámos o taberneiro, uma pessoa baixa e com um certo volume aproximou-se de nós e perguntou o que queríamos tomar, ninguém respondeu e o taberneiro entendeu que a resposta era não e voltou para o balcão.

Começamos a nossa primeira reunião com base no progresso cultural. Naquela mesa estavam sentados todos aqueles que apoiavam e estavam interessados nos ideais iluministas, estávamos naquele local para prestar a nossa opinião sobre este movimento assente nas capacidades do homem.

Antes de iniciarmos esta reunião tivemos de nos apresentar pois não nos conhecíamos, apresentei-me, dizendo o meu nome, Jean - Jacques Rousseau, vim ao mundo a 28 de Junho de 1712, em Genebra. A minha mãe morreu durante o parto. O meu pai, Isaac, de origem huguenote e relojoeiro de profissão, educou-me o melhor que pôde. Resumi a minha vida até então referindo a minha passagem pela música, pedagogia e diplomacia . E a partir deste momento desejo colocar-me ao serviço da verdade e da Justiça, que para mim constitui o valor moral supremo.

Quem continuou depois de mim, a apresentação foi Charles- Louis de Secondant (Montesquieu) pensador influente nas áreas da filosofia da história e do direito constitucional, um dos maiores pensadores da língua francesa, que me tinha acompanhado no percurso até aquela taberna.

Começou dizendo o seu nome, nasceu perto de Bordéus, no dia 18 de Janeiro de 1689, disse que pertencia a uma família da aristocracia provincial, depois da morte de seu pai teve de viver com seu tio, o barão de Montesquieu, tornou-se advogado, referiu também que quando seu tio morreu, deixou-lhe a sua fortuna e o título de barão de Montesquieu.

Terminou dizendo, que foi um dos fundadores da filosofia da história e considera que cada uma das três formas possíveis de governo é animada por um princípio: a democracia baseia-se na virtude, a monarquia na honra e o despotismo no medo.

Foi o nosso “líder”, que se seguiu, foi ele que teve esta iniciativa de nos reunirmos aqui para discutirmos o nossos ideais, aquilo em que acreditamos, o seu nome é François- Marie Arouet ( Voltaire era o seu pseudónimo), eu já o conhecia bem, dono de uma ironia mordaz , de um espírito infatigável e conflituoso, autor de uma vasta obra de peças, romances, cartas e ensaios, começou por dizer que nasceu em Paris, no mês de Novembro, falou de seu pai François Arouet que era notário e que sua mãe tinha falecido quando ele tinha sete anos de idade, aos dez anos foi mandado para o famoso colégio jesuíta Lois-le-Grand, onde teve uma excelente educação. Disse também que em 1713 obteve um cargo de secretário na embaixada francesa.

Como já era tarde as outras duas pessoas também interessadas na reunião, apresentaram-se dizendo só o seu nome para podermos começar. Quem iniciou foi Voltaire explicando o objectivo desta reunião:

- Eu espero que esta reunião sirva para realizar as nossas esperanças no futuro da humanidade, que neste caso podem resumir-se em três pontos fundamentais: a abolição das desigualdades entre as nações, o progresso da igualdade entre as pessoas e principalmente o aperfeiçoamento do ser humano, eu creio que um dia chegará o momento em que em toda a Terra, todos os homens estarão iluminados pela razão, para isso acho que podíamos tentar transmitir ao povo os conhecimentos necessários e os seus direitos.

Eu perguntei a Voltaire como haveríamos de espalhar os nossos ideais às pessoas , que não tem cultura nenhuma e a única coisa que tem conhecimento é a agricultura?

Uma pausa surgiu, pois ninguém sabia responder à minha pergunta.

Montesquieu disse:

- Antes de agirmos, temos que pensar num ponto muito importante, existe algo que nos vai impedir de espalhar os nossos ideais às populações, é o clero católico, que é responsável pela ignorância destes inocentes.

- Concordo plenamente, como sabem sou um inimigo encarniçado do cristianismo, para mim a organização do mundo, sua finalidade interna, só se explica pela existência de um Criador inteligente - disse Voltaire com o seu espirito conflituoso a vir ao de cima.

- Eu penso que com o tempo este movimento vai espalhar-se, eu vou começar por dizer à população que eles nasceram livres e são senhores das suas próprias vontades, também irei tentar arrancá-los destas trevas, desta ignorância –disse eu, que estava muito ansioso pois queria expandir estas ideias.

Depois destas opiniões todas pedimos ao taberneiro algumas canecas com vinho pois a nossa boca começava a ficar seca, agora que já estávamos satisfeitos continuamos.

- Para mim este regime é tirânico, porque quando na mesma pessoa se reúnem o poder legislativo e o poder executivo, não existe o mínimo de liberdade, pois quem faz as leis é o mesmo que as aplica, disse Montesquieu.

- Apoiado- disse eu e Voltaire ao mesmo tempo.

- Eu penso que as decisões que devem prevalecer são aquelas que representam a vontade que está dentro do povo - disse eu.

Depois de muitas opiniões, de muitas decisões tivemos que terminar porque o taberneiro tinha que fechar a taberna.

Combinamos encontrarmo-nos todas as vezes que fossem necessárias até que não seja preciso mais nenhuma reunião, nesse dia tenho a certeza de que toda a população já pensará pela sua cabeça e já poderemos falar abertamente sobre aquilo que pretendemos e ambicionamos.


“Se o resultado final de uma votação não estiver de acordo com a minha vontade, isso significa apenas que a maioria está em desacordo comigo e que eu me devo submeter, mas nem por isso deixarei de ser livre”- Rousseau

“Todos os homens são iguais no governo republicano; são também iguais no governo despótico: no primeiro, por serem tudo: no segundo, por serem nada.”- Montesquieu


“Se Deus não existisse precisaria ser inventado” - Voltaire
 





Átina Alves da Cunha

9ºB/ Nº5