LUÍS XIV



“ O interesse do Estado está em primeiro lugar.”
“Para comandar os outros é preciso elevar-se acima deles”

A política de centralização do poder político é de origem romana e renasceu no final da Idade Média, quando os reis se serviram do direito romano para combater o poder dos senhores feudais. Tornando-se reis absolutos, opuseram o seu poder às arbitrariedades da nobreza. O Papa e o Rei eram os representantes de Deus na Terra, detendo, respectivamente, suprema autoridade espiritual e suprema autoridade temporal.
No séc. XVI, Maquiavel, na obra “o Príncipe”,desenvolve a noção de “interesses de Estado”, justificando a centralização do poder real. O Estado, para se manter forte, poderia usar qualquer processo, ainda que condenável do ponto de vista moral, pois os fins a atingir( o governo do reino) justificam os meios utilizados.
No séc. XVII, os reis governam por vontade de Deus, de quem recebem directamente o poder.
 O direito divino justificava o absolutismo régio.
No séc. XVIII, ao direito divino os
monarcas aliaram os ideais iluministas para fundamentar o absolutismo. Os “déspotas esclarecidos”( Frederico II da Prússia, José II de Áustria, José I de Portugal, Fernando VI de Espanha, Luís XIV de França) governavam porque Deus o queria e só respondiam perante Ele, mas possuíam a Razão para iluminar os seus actos e decisões.
O absolutismo real teve em Luís XIV, o « Rei-Sol », o seu ponto culminante.
“ … auxiliar-me-eis com os vossos conselhos, quando eu vo-los pedir”.
 
Luís XIV
 
Nascido em Saint-Germain-en-Laye, em 1638, Luís XIV foi aclamado rei aos 5 anos, por morte do pai, Luís XIII.
 A regência foi assegurada pela rainha viúva, Ana de Áustria, que tinha como primeiro-ministro o Cardeal Mazarino. Este amigo e tutor de Luís XIV, na prática, governou a França durante a regência de Ana de Áustria e preparou o país para aceitar a autoridade absoluta do rei.
Em 1660, o monarca casou com Maria Teresa, filha de Filipe IV de Espanha.
Em 1661, depois da morte de Mazarino, Luís XIV passou a administrar e governar o reino. Assumiu a sua função de governante absoluto e dirigiu toda a política interna e externa,tendo eventualmente afirmado:
“L,État c,est moi.”

Para a gestão dos assuntos económicos escolheu Colbert, homem de origem não aristocrática, que lhe tinha sido recomendado por Mazarino. A grandeza do reino e do país orientaram a acção de Colbert, que implementou as concepções mercantilistas da época para desenvolver a economia. Orientando o país para vender muito e comprar quase nada, fez aumentar substancialmente o Tesouro de França e permitiu ao rei a construção do símbolo mais esplenderoso do seu poder, o Palácio de Versalhes. Pelo seu fausto e imensidão, serviu de modelo a muitos monarcas que o copiaram.


 

 

Palácio de Versaille


“ Para a glória de um rei “
 
Em 1682, quando a Corte (cerca de 25000 pessoas ) se instalou no Palácio, os trabalhos ainda não tinham terminado.
A corte de Versalhes, digna do brilho do Rei-Sol, não era só o local de distracções e festas da família real. Era, sobretudo, um instrumento político do despotismo.  Concentrada no espaço do palácio, a nobreza dificilmente tecia conspirações e os ecos das revoltas populares eram quase inaudíveis. A dignidade real estava em segurança.
A partir de um pavilhão de caça de Luís XIII, localizado a 30 km de Paris, os arquitectos Le Vau e Le Nôtre construiram durante 27 anos um labirinto de apartamentos, por trás de uma fachada de 500m. A construção necessitou de uma numerosa mão-de-obra( 36000 trabalhadores em 1685 ) e milhares de operários morreram de febres e pneumonias, durante as obras.
Concluída em 1683, a Galeria dos Espelhos, edificada sobre o terraço que domina os jardins, exibe as colecções de pintura do rei. Obras de Rubens, Ticiano e Van Dyck podiam ser admiradas e contribuíam para enaltecer a magnificência do rei.
 A atmosfera do palácio era sempre bastante confusa, pois as minuciosas regras de etiqueta dificilmente controlavam a circulação de uma corte numerosíssima. A vida de todos os habitantes do palácio estava organizada em função do quotidiano de Sua Majestade Cristianíssima o Rei Luís XIV de França :
8.00h » 9.00h- No quarto virado a Nascente e localizado no centro do palácio, o monarca levanta-se. É assistido por médicos, membros da família real e nobres, num total de pelo menos 100 cortesãos, em 6 grupos sucessivos, cada um deles de categoria social inferior ao grupo anterior.
 

9.00h » 10.00h- O rei trabalha.
10.00h » 11.00h- Dirige-se à capela e reza.
11.00h » 13.00h- Dá instruções aos ministros, recebe embaixadores…
13.00h- Almoço.
14.00h » 17.00h-Passeia nos jardins ou caça.
17.00h » 18.00h- Reza na capela.
18.00h » 22.00h- Trabalha ou assiste a jogos, dança, música, teatro.
22.00h-Ceia com a família real e os cortesãos.
23.30h-Vai para o quarto, reza e deita-se, terminando assim o dia daquele que, tal como o Sol, “faz bem em todos os lugares, produzindo sem cessar a alegria e a acção.” 
 

 

 

VOLTAIRE 
1694 > 1778

 


 
“ Aqueles que o podem fazer acreditar em absurdos, podem fazê-lo cometer atrocidades.”
O iluminismo
 Voltaire
O espírito crítico, amplamente desenvolvido no Renascimento, ganhou novos aspectos e características no séc. XVIII.
Os filósofos desta época, tinham absoluta confiança na Razão(inteligência), que entendiam capaz de descobrir todas as leis que regem a natureza e a sociedade. O homem, Iluminado pela Razão, descobrirá as leis da natureza, conhecerá o progresso científico e técnico, transformará as sociedades humanas e construirá um mundo de plena felicidade e bem--estar.
As noções de nação, povo, natureza e progresso ganharam novos contornos e tornaram-se mais precisas. Os grandes doutrinadores defenderam que “ a soberania reside no povo”e que ela passa para o rei mediante um contrato.Contudo, o exercício do poder soberano não deve estar concentrado na pessoa do rei, deve existir a “divisão dos poderes políticos.”
É à luz destas ideias dominantes do pensamento filosófico que vamos tentar compreender Voltaire, uma das figuras mais destacadas do Iluminismo.
 
Voltaire
 
Voltaire é o pseudónimo de François Marie Arouet, filho de um notário, nascido em Paris, a 21 de Novembro de 1694.
Fez a sua instrução numa faculdade de Jesuítas em Paris e abandonou a escola aos 16 anos.
Panfletário sarcástico, criticava o governo e a sociedade francesa através de poesia satírica, que divulgava nos salões da aristocracia parisiense.
Em 1717, uma sátira violenta à máquina administrativa de França valeu-lhe a prisão na Bastilha, onde escreveu Édipo, o seu primeiro sucesso teatral. Nove anos mais tarde, um insulto a Rohan custou-lhe o exílio em Inglaterra, onde permaneceu 3 anos. Nas Lettres Philosophiques revelou-se conhecedor da monarquia constitucional e defensor da tolerância religiosa inglesa.
Através dos seus escritos defendeu a tolerância religiosa, lutou pela separação do Estado e da Igreja, insistindo na existência de um Estado laico, valorizou o humanitarismo na justiça e afirmou que os reis deviam mais responsabilidade ao povo que a Deus.
Morreu em Paris , em 1778 e está enterrado no Panteão.

 

 

 

 

 

 
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Professores: António Farinha, Conceição Piedade, Margarida Dias e Sandro Barão