REVOLUÇÃO FRANCESA

   
  “Allons enfants de la Patrie”
   

“O que é o Terceiro Estado? Tudo.

Que tem sido ele, até ao presente, na ordem política? Nada.

Que pretende ele? Ser alguma coisa.”


                                                                                       Abade Sieyès

 

             De 1715 a 1789, um longo período de paz interna e externa permitiu à França grande desenvolvimento económico. O aumento da moeda, graças ao ouro e prata descobertos no México, e o incremento do comércio estimularam a produção industrial e agrícola.

            Esta prosperidade enriqueceu a burguesia, mas não melhorou a sua posição social em relação às classes privilegiadas nem lhe permitiu o acesso aos altos postos da administração pública e da carreira eclesiástica.A organização política e administrativa de França impediam o desenvolvimento dos seus negócios e indústrias.

            Entre o baixo clero e a baixa nobreza sentia-se, também, o descontentamento. Os fracos rendimentos não lhes permitiam suportar a constante subida dos preços.

            Na base da pirâmide, o povo estava sobrecarregado por impostos, direitos de origem feudal e serviços gratuitos ao Estado e às classes privilegiadas.

                   INFORMAÇÃO  (Irás visualizar um filme. Lê primeiro!).  

 

 (03.49 - 04.24)

            No último quartel do séc. XVIII, uma crise económica e financeira precipitou os conflitos sociais. As receitas do Estado eram inferiores às despesas (as despesas da Corte consumiam 1/10 de todas as receitas do Estado) ; um tratado comercial com a Inglaterra permitiu a entrada de produtos ingleses no mercado francês, arruinando a indústria e o comércio; maus anos de colheitas de cereais aumentaram a fome entre os camponeses; os vários ministros que Luís XVI escolheu para resolver a crise ( Turgot, Necker,Calonne e Brienne) advogaram a obrigação dos impostos às classes privilegiadas. (0.00 - 0.14) Estas, sentindo os seus direitos ameaçados, afirmaram que só os “Estados Gerais”, Cortes, tinham competência para tomar decisões sobre o agravamento de impostos.

 

Estados Gerais

            Em 5 de Maio de 1789, Luís XVI convocou os Estados Gerais.

            De Maio a Junho, os Estados Gerais não tomaram qualquer medida que aliviasse ou resolvesse a crise económica e social, o que aumentou o descontentamento do povo e levou os representantes do terceiro estado (burguesia/povo) a tomar atitudes mais audaciosas.

 

Assembleia Nacional

            Em 19 de Junho, os representantes do terceiro estado proclamaram-se Assembleia Nacional e, em Julho, Assembleia Constituinte com a função de elaborar uma Constituição que garantisse um regime político liberal.

            Luís XVI respondeu a estas decisões com o reforço dos destacamentos militares de Paris. Para responder às forças militares, o povo procurou armas na fortaleza - prisão da Bastilha. Em 14 de Julho de 1789 foi tomada a Bastilha.

 

 (04.24 - 05.22)

            Fora de Paris, o descontentamento do povo traduziu-se em saques de castelos, casas e queima de arquivos de direitos senhoriais, o que forçou a Assembleia Constituinte a abolir os direitos feudais, em 4 de Agosto de 1789.Esta alteração sócio-política foi consolidada pela “Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão”, votada pela Assembleia, em 26 de Agosto de 1789.

            Este documento,inspirado na Declaração da Independência dos Estados Unidos, inspirou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pelas Nações Unidas, em 10 de Dezembro de 1948.

            A gravidade das movimentações populares levou ao exílio as camadas privilegiadas e criou receios na própria burguesia, que começou a recear pelas suas propriedades.

            A Assembleia, onde se sentia a influência extremista de Robespierre, enquanto continuava a preparar a Constituição, tomou medidas para resolver a crise: reformou a administração, dividindo o país em departamentos submetidos às mesmas leis e regulamentação; introduziu o sistema métrico e decimal que se tornou obrigatório a partir de 1840; o poder político foi tripartido: legislativo, entregue a uma Assembleia Legislativa composta por representantes da Nação, executivo a cargo do rei que nomeava os ministros e judicial entregue a juízes eleitos e independentes; foi abolida a nobreza hereditária, bem como os títulos e brasões; foram nacionalizados os bens da Igreja e o clero passou a ser sustentado por pensões do Estado.

            Todas estas reformas, empreendidas até 1791, data em que foi aprovada a Constituição, criaram inimigos dentro e fora de França. A Prússia e a Áustria, na declaração de Pilnitz, convidaram todos os reis europeus a invadir a França e a repor o poder absoluto do rei.

 

Constituição de 1791

            A Constituição de 1791 consagrou uma monarquia constitucional, baseada na doutrina da separação dos poderes do Estado. A Assembleia Constituinte, agora Legislativa, apesar de todas as reformas implementadas, não conseguiu melhorar a situação económica nem evitar a guerra com a Prússia, Áustria e Países Baixos.

            Em 11 de Julho de 1792 e após vários reveses nas frentes de batalha, foi decretada « a pátria em perigo ».Vários exércitos de federados dirigiram-se a Paris, prontos a participar nas frentes de batalha. Entre eles, os Marselheses, entoando a  “Marselhesa” .

 

 

Allons enfants de la Patrie

Le jour de gloire est arrivé!

Contre nous de la tyrannie

L’étendard sanglant est levé

 

Entendez-vous dans les campagnes

Mugir ces féroces soldats?

Ils viennent jusque dans nos bras

Égorger nos fils, nos compagnes!

Aux armes citoyens

Formez vos bataillons

Marchons, marchons

Qu’un sang impur

Abreuve nos sillons.

 

            Esta canção de guerra do exército do Reno foi composta, em 1792, por Rouget de Lisle e tornou-se o Hino Nacional de França, em 1795.

            Dado o clima de insegurança, o rei acolheu-se à protecção da Assembleia Legislativa, mas foi destituído e encarcerado com a família, na prisão do Templo.

 

A Convenção ( I República )

            Deposto o rei, era necessária uma nova Constituição que proclamasse a República. Essa foi a tarefa da nova Assembleia Constituinte, a “Convenção”.

            Entre as várias medidas da Convenção, contam-se: a promulgação de um novo calendário  e o julgamento do rei, que foi condenado à morte e executado em 21 de Janeiro de 1793.

 

            A morte do rei exacerbou os conflitos internos (05.52 - 06.18)  (insurreição popular na Vendeia, revoltas na Bretanha, Normandia e Franco Condado) e externos (guerra contra a coligação de nações europeias: Prússia, Áustria, Inglaterra, Holanda, Espanha, Portugal, Toscana, Nápoles, Veneza, Parma e Rússia), obrigando a Convenção a tomar medidas desesperadas. Instalou-se um governo revolucionário « Terror », dominado por Robespierre. Foi decretada a mobilização geral, 750000 homens, o que permitiu a vitória militar dos franceses. Foram mortos todos os que se opunham à revolução, 40000 pessoas. O governo revolucionário manteve-se até Julho de 1794, quando desentendimentos internos, na Convenção, levaram à morte de Robespierre e ao fim do Governo.

      Até 1795, data da entrada em vigor da nova Constituição, os contra-revolucionários instalaram o «Terror Branco »: os perseguidos passaram a perseguidores e as vítimas a carrascos.

            A Constituição do ano III (1795) acabou com as funções da Convenção e criou um novo tipo de governo, o “Diretório”, órgão executivo composto por cinco Diretores. Contudo, não conseguiu serenar as rivalidades que opunham políticos de esquerda e de direita (apoiantes da monarquia).Para se defender deles, o Diretório pediu auxílio ao general Napoleão Bonaparte. Este enviou um representante seu que salvou o Diretório, assumindo o comando do exército de Paris.

 

Napoleão Bonaparte

 

            Em 1799, o Directório chama-o pela segunda vez para enfrentar a 2ª coligação de países europeus. Vindo do Egipto, aceitou a tarefa, mas exigiu mais poder para entrar no governo. Pelo golpe de estado de 18 de Brumário do ano VIII (9/11/1799) tomou o poder e criou um governo pessoal definido por uma nova Constituição. No novo governo , o “Consulado”, Napoleão concentrou o poder legislativo e executivo e controlava o judicial, pois os juízes eram nomeados pelo governo.

            Até 1804, ano em que foi sagrado Imperador, afastou todos os opositores do novo regime e garantiu o apoio da burguesia, através de reformas administrativas e económicas.

            No plano externo, em 1805, iniciou as campanhas napoleónicas para recriar o Império Romano do Ocidente. Dominou a Prússia, Áustria, Itália, Alemanha. Para dominar a Inglaterra, decretou o bloqueio continental às Ilhas Britânicas e ocupou os países que se lhe opuseram: Espanha e Portugal. Esta política expansionista dispersou o exército, fragilizando-o, e abriu o caminho a manifestações de descontentamento e conspirações, no interior de França.

            Não tendo dominado a Inglaterra, invadiu a Rússia, em 1812, a pretexto da aliança entre os dois países. Na Rússia, o “general Inverno” impôs a Napoleão a sua mais pesada derrota militar e preparou o caminho para a sua abdicação em 1814.

  ( 06.18 - 07.55)

 

A restauração monárquica

           

          Napoleão foi desterrado para a ilha de Elba e veio a falecer na ilha de Sta. Helena, em 1821.

            O rei Luís XVIII, irmão de Luís XVI, assumiu o poder em 1814.

            Em Viena, em 1815, as principais potências europeias (Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria) talharam o novo mapa político da Europa de acordo com os seus interesses económicos.

 

 

 

   

 

 

 

 
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Professores: António Farinha, Conceição Piedade, Margarida Dias e Sandro Barão