JOVENS HISTORIADORES

   

Galileu Galilei

Introdução

 

 

 

 

Homem e cientista de ideias inovadoras e revolucionárias, comprovou pela razão e experimentação que os seus contemporâneos não estavam certos.

Tentou por todos os meios comprovar-lhes que tinha razão, mas eles não quiseram aceitar.

 

Mesmo assim, não desistiu do seu sonho e sempre nele acreditou, porque quanto mais investigava, mais certeza tinha de que estava certo.

 

Tentou por todos os meios, que a sua obra ficasse para a posteridade, nem que fosse no Índex dos livros proibidos pela Igreja.

 

A sua ânsia pelo conhecimento, aliada à sua inteligência, deixou a porta aberta para novas descobertas, que revolucionaram o conhecimento humano.

 

Foi, sem dúvida, uma das personagens mais controversas e revolucionárias da História da Humanidade.

 

Todos temos muito a aprender com o seu exemplo de empenho e dedicação, além dos conhecimentos científicos que nos deixou.

 

São estes alguns dos pontos que me motivaram a escolher esta personagem histórica, pois, já há muito, que gostaria de conhecer mais sobre Galileu Galilei e tive agora a oportunidade.

 

Galileu Galilei (1564-1642)

 

Galileu Galilei nasceu em Pisa, a 15 de Fevereiro de 1564, filho de Vincenzo Galilei e Julia Ammanati di Pescia. O pai, membro empobrecido da pequena nobreza, era músico e mercador, homem de cultura respeitada e um espírito contestador das ideias vigentes. Entretanto, Vincenzo desejava uma sólida posição social para seu filho, e por isso induziu-o à carreira médica.

 

Assim, após completar os seus primeiros estudos em Pisa e na escola dos Jesuítas do Mosteiro de Vallombrosa, perto de Florença, com apenas dezassete anos, Galileu ingressava na Universidade de Pisa como estudante de Medicina. Entretanto, já no segundo ano do curso – que jamais concluiu, por falta de interesse pela matéria – ele descobriu a Física e a Matemática, realizando a sua primeira observação importante: a oscilação de um pêndulo apresenta uma frequência constante, independentemente de sua amplitude (quando esta é muito pequena). Na mesma época, inventou o pulsillogium, espécie de relógio utilizada para medir a pulsação.

 

 

O encontro de sua verdadeira vocação científica levou-o a abandonar a universidade, apesar do descontentamento do pai. Voltando para Florença, em 1585, dedicou-se por conta própria aos novos estudos, mantendo um contacto permanente com os intelectuais da cidade que frequentavam a casa paterna, o que enriqueceu bastante sua formação filosófica e literária.

 

Prosseguindo suas experiências, notadamente no campo da mecânica aplicada, Galileu inventou uma balança hidrostática, sobre a qual escreveu um tratado, que terminou por atrair a atenção do grão-duque da Toscana, Fernando de Medici. Isto valeu-lhe, em 1589, a nomeação para lente de Matemática da universidade de Pisa. Três anos mais tarde, o cientista transferiu-se para Pádua, onde, ainda sob a protecção de Fernando de Medici, assumiu a Cátedra de Matemática.

Nesta cidade, Galileu viveu dezoito anos, e aí realizou a parte mais importante da sua obra: a formulação das leis do movimento dos corpos em queda livre e dos projécteis, e a defesa do sistema heliocêntrico do Universo. Em ambos os casos, ele investiu contra as doutrinas oficiais da época – que se baseavam nas concepções do filósofo grego Aristóteles – atraindo, com isso, a ira dos doutores da Igreja.

 

Aristóteles viveu entre 384 e 322 a. C. Segundo ele, a Terra encontra-se imóvel no centro do Universo rodeada por nove esferas concêntricas e transparentes. Nessas, a camada mais interna é formada pela Lua seguida pelas esferas dos planetas Mercúrio e Vénus, e, depois, pela do Sol, Marte, Júpiter e Saturno. A oitava região corresponde às estrelas e a última ao Primeiro Motor – Deus – que imprime movimento a todo o sistema.

 

No mundo de Aristóteles, cada coisa tem seu lugar, onde deve permanecer. Quando, por qualquer razão, algo se desloca de sua posição “natural”, tende a reassumi-la imediatamente, animando-se de um “movimento natural”: uma pedra, se elevada do chão, nele recairá, pois esse é o seu lugar. E isso, no entanto, não se aplica apenas aos objectos inanimados. Os pássaros voam e os peixes nadam, porque esta é a sua natureza. E, o que é mais importante, eles existem exactamente para voar e nadar.

 

Esses exemplos também ilustram uma das ideias fundamentais da doutrina de Aristóteles: a da existência de causas finais no Universo, que faz com que todas as coisas sempre atuem visando atingir determinados objectivos.

 

Durante muito tempo, essa filosofia constituiu um entrave ao desenvolvimento científico, pois suas explicações limitavam-se a postular um fim apropriado para cada fenómeno, sem verificar como ele ocorria.

 

No início de 1543 foi publicado, em Nuremberg, um livro de autoria do cônego prussiano Nicolau Copérnico intitulado De revolutionibus orbium coelestium. Suas primeiras vinte páginas continham uma síntese da tese revolucionária defendida pela obra: o Universo ocupa um espaço finito, limitado pela esfera das estrelas lixas, ao centro do qual encontra-se, imóvel, o Sol. Ao redor deste astro giram, sucessivamente, os planetas Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno, enquanto a Lua se move em torno da Terra. Para o autor a parente revolução diária do firmamento terrestre é uma consequência do movimento de rotação da Terra em torno de seu próprio eixo.

 

Assim, Copérnico retirou a Terra do centro do Universo, colocando em seu lugar o Sol. Essa ideia ousada, no entanto, apesar de contrariar frontalmente os cânones oficiais, não levantou imediatamente a ira da Igreja, pois o sistema heliocêntrico de Copérnico, além de pouco divulgado, explicava os movimentos celestes de forma pouco satisfatória.

 

De facto, Copérnico, seguindo a tradição, não conseguira libertar-se da tirania do movimento circular e assim, também for a obrigado a introduzir rodas e mais rodas em seu Universo para que ele funcionasse. Além disso, o prefácio do  De revolutionibus orbium coelestium trazia a seguinte observação tranquilizadora: “Por favor, não tomeis isto a sério. É apenas um gracejo, destinado exclusivamente a matemáticos e, na verdade, muito improvável”.

A tempestade que se abateria sobre o sistema heliocêntrico, “ o maior escândalo da cristandade”, somente ocorreu três quartos de século mais tarde, com o processo de Galileu. Entretanto, o germe for a lançado, e, no decorrer desse período, o heliocêntrismo foi ganhando um número cada vez maior de adeptos, entre os quais se destacava a figura de Johannes Kepler.

 

Kepler for a assistente do dinamarquês Tycho Brahe. Os dados observados por este, no decorrer de toda uma existência dedicada à astronomia, permitiram a Kepler concluir, juntamente com Copérnico, que o Sol, e não a Terra, é que se encontra no centro do Universo; e – o que é mais importante, que as órbitas dos planetas são elipses e não circunferências. Com isso, não só eliminava a principal objecção astronómica à hipótese de Copérnico, mas golpeava de morte o dogma circular, arrastando consigo uma parte do já vacilante edifício da cosmologia aristotélica. Contudo, os cálculos puramente astronómicos de Kepler não foram o elemento decisivo para produzir a grande revolução que conduziria a uma imagem completamente nova do Universo.

 

Essa tarefa coube a Galileu Galilei. Ao contrário do astrónomo alemão, que sempre viveu em países protestantes, for a do alcance da Inquisição, o cientista italiano pagou a sua audácia.

 

Tudo começou em 1609, com uma viagem de Galileu a Veneza, onde ouviu falar de um aparelho, construído por um artesão holandês, que fazia os objectos parecerem maiores e mais próximos: o telescópio. De volta a Pádua, conseguiu adquirir um desses instrumentos, com o qual passou a investigar o céu.

 
 

 

 

    (Telescópio de Galileu)

 
Em março de 1610, publicou um livro de apenas 24 páginas, intitulado Sidereus nuncius (Mensageiro das Estrelas), nele descrevendo algumas de suas observações com a luneta. Em primeiro lugar, verificara que “a superfície da Lua, não é perfeitamente lisa, livre de desigualdades, nem exactamente esférica, como considerava uma extensa escola de filósofos com respeito à Lua e aos demais corpos celestes; pelo contrário, está repleta de irregularidades, é desigual, cheia de cavidades e protuberâncias, tal e qual a superfície da própria Terra, diversas, por toda a parte, com montanhas elevadas e vales profundos.” O Mensageiro das Estrelas prosseguia narrando a descoberta de milhares de outras estrelas, além das observáveis a olho nú; e trazia no término uma revelação sensacional: “Fica a questão que se me afigura ser tida como a mais importante desta obra, isto é, a de eu revelar e publicar ao mundo o momento da descoberta e observação de quatro planetas nunca vistos, desde o começo do mundo até aos nossos dias.” Galileu havia descoberto as quatro luas de Júpiter.

 

 

 

 

   (Lua, desenhos de Galileu)

 

 

O livro contrastava vivamente com as obras dos seus contemporâneos, que eram escritas em termos pomposos e repletas de palavreado vazio.  O Mensageiro das Estrelas foi redigido num estilo directo, limitando-se a informar o indispensável. Além disso, ele atacava velhas crenças, e seu impacto sobre os meios académicos foi imediato e fulminante: as montanhas e vales da Lua afirmavam a semelhança entre a matéria terrestre e a celeste; o insuspeitado número de estrelas, antes invisíveis, tornou absurda a noção de que elas haviam sido criadas para o deleite dos homens, uma vez que só podiam ser vistas com o auxílio de um aparelho especial; as luas de Júpiter , apesar de não provarem que Copérnico tinha razão, abalaram a antiga ideia de que a Terra é o centro em torno da qual tudo gira.

 

A reacção dos colegas de Galileu, ilustra a impertinência de suas descobertas: uns recusaram-se a utilizar a luneta, alegando falta de veracidade nas afirmações do cientista italiano; outros, mesmo constatando com seus próprios olhos a forma do relevo lunar e os satélites de Júpiter, explicavam essa visão como produto de algum fenómeno atmosférico, ou mesmo de uma impostura.

 

Mas Galileu tinha mais novidades a comunicar aos cientistas da época. Assim, em Agosto de 1610, ele anunciou uma nova descoberta, que divulgou nos meios intelectuais: “Observai o planeta mais alto ( Saturno) em forma trigémea.” Na realidade ele avistara os anéis desse astro, mas, como seu telescópio era pouco potente, julgou que Saturno possuísse dois satélites.

 

Um mês depois, ele voltou a sacudir seus contemporâneos ao proclamar a descoberta do planeta Vénus. Afirmou que Vénus apresenta fases, como a Lua, e que estas variam desde a foice até ao disco total ( e vice – versa ). Para Galileu, tal facto vinha confirmar a tese de que Vénus e os demais planetas giram em torno do Sol.

 

As descobertas astronómicas de 1610 tornaram-no famoso, e em 1611, ele foi designado  matemático da corte do duque da Toscana, em Florença. Nessa cidade, viu-se envolvido, em 1613, numa controvérsia sobra a prioridade da descoberta das manchas solares, que ele reclamava para si, mas cuja autoria também vinha sendo reivindicada por outro cientista, um influente padre jesuíta alemão, Christoph Scheiner. A disputa, que logo enveredou pelo terreno teológico, uniu toda a ordem dos jesuítas contra Galileu, que teve, então seu primeiro contacto com a Inquisição: esta, pela pessoa do Cardeal Roberto Bellarmino, proibiu-o, semi-oficialmente, de divulgar as ideias de Copérnico, que defendera no decorrer da polémica e em ocasiões posteriores. Era a primeira vez que a Igreja fazia alguma restrição aberta à teoria do heliocêntrismo; mas, daí, para a frente, a reacção eclesiástica seria cada vez mais intensa.

 

Durante os sete anos seguintes, Galileu não publicou mais nada em seu próprio nome. No entanto, como o silêncio lhe era , mais penoso do que o receio das represálias da Igreja, em 1623, editou um novo livro: Il Saggiatore ( O Experimentador). A obra continha uma exposição dos princípios que devem regular o raciocínio científico e o processo experimental, defendendo o cepticismo do pesquisador perante as afirmações aparentemente definitivas. Além disso, Galileu esboçava uma teoria que alcançou notável importância na história do pensamento humano: há uma diferença, na natureza, entre as qualidades primárias ( como posição, número, formato e movimento dos corpos)

 

e as secundárias ( como cores, cheiros e gostos ). Estas últimas existiriam apenas na consciência do observador.

 

 

Mais nove anos se passaram, até que Galileu publicasse os seus Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo, que causariam sua condenação como “personna non grata” para a Igreja. Escrito sob a forma de uma conversa entre três pessoas, o livro confrontava as cosmologias de Ptolomeu  e Copérnico. Nessa obra, Galileu, com o seu estilo claro e incisivo, faz Salviati, que simboliza ele próprio, destruir metodicamente os argumentos tradicionais expressos por Simplício.

 

Os Diálogos logo alcançaram grande notoriedade. Mas desta vez Galileu for a longe demais, e a pesada mão da Igreja abateu-se sobre ele, iniciando-se o famoso processo.

 

Era o dia 22 de Junho de 1633. Numa sala do convento dominicano de Santa Maria Sopra Minerva, em Roma, encerrava-se um dos episódios mais controvertidos da história: o julgamento de Galileu Galilei pela Santa Inquisição.

 

“Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzo Galilei, florentino, de setenta anos de idade, intimado pessoalmente à presença deste tribunal e ajoelhado diante de vós, Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais Inquisidores – Gerais contra a gravidade herética em toda a comunidade cristã, tendo diante dos olhos e tocando com as mãos os Santos Evangelhos , juro que sempre acreditei, que acredito, e, mercê de Deus, acreditarei no futuro, em tudo quanto é defendido, pregado e ensinado pela Santa Igreja Católica e Apostólica. Mas, considerando que ( … ) escrevi e imprimi um livro no qual discuto a nova doutrina (o heliocêntrismo) já condenada e aduzo argumentos de grande força em seu favor, sem apresentar nenhuma solução para eles, fui, pelo Santo Ofício, acusado e veementemente suspeito de heresia, isto é, de haver sustentado e acreditado que o Sol está no centro do Universo e imóvel e que a Terra não está no centro, mas se move; desejando eliminar do espírito de Vossas Eminências e de todos os cristãos fiéis essa veemente suspeita concebida mui justamente contra mim, com sinceridade e fé verdadeira, abjuro, amaldiçoo e detesto os citados erros e heresias, e em geral qualquer outro erro, heresia e seita contrários à Santa Igreja, e juro que no futuro nunca mais direi nem afirmarei, verbalmente nem por escrito, nada que proporcione motivo para tal suspeita a meu respeito.”

 

 

 

 

(Galileu no Tribunal da Santa Inquisição)

 

Sua condenação e subsequente renuncia à crença de que a Terra gira em torno do Sol. Além da retractação, o Tribunal do santo Ofício impôs a Galileu a pena de prisão domiciliar perpétua e a repetição, semanal, por três anos, dos sete salmos penitenciais.

 

Lido o veredicto e cumprida a cerimónia de abjuração pública ( ao término da qual, segundo contam alguns, Galileu teria murmurado ironicamente: “eppur si muove”  - “ e, no entanto, ela se move”), o sábio recolheu-se à residência do grão – duque da Toscana, seu velho amigo, onde começou a cumprir a sentença. Pouco depois, alojou-se por algum tempo no Palácio do arcebispo Piccolomoni, em Siena, mudando-se finalmente para Florença, onde passaria seus últimos anos de vida.

 

A prisão domiciliar não impediu Galileu de continuar escrevendo. No ocaso da vida retornou ao interesse da mocidade, a Mecânica. Nos tempos de Pádua, ele havia estudado os movimentos dos corpos, chegando a conclusões radicalmente opostas a Aristóteles. Este afirmava que todo o movimento, para poder manter-se, pressupõe a acção contínua e permanente de uma força; Galileu, no entanto, partiu de um ponto de vista diverso, concluindo, após várias observações, que os corpos sempre se mantêm tanto em movimento rectilíneo uniforme como em repouso,  a menos que haja uma força ou forças para impedi-lo.

 

Nessas experiências , ele fazia uma pequena esfera de metal rolar, primeiramente por um plano inclinado, depois através de uma superfície horizontal, para subir, a seguir, por um segundo plano inclinado. Alterando o declive deste último, ele notou que a esfera quase sempre atingia a mesma altura, com pequenas variações causadas pelo atrito. Desta forma, constatou que, em condições de ausência de atrito, se o segundo plano tivesse inclinação nula, ou seja, também fosse horizontal, a esfera rolaria indefinidamente. Nasceu, assim, o princípio da inércia, que Newton usaria depois na construção da sua teoria.

 

Na mesma época, Galileu estudou a queda dos corpos, concluindo, mais uma vez em oposição a Aristóteles, que os corpos leves, longe de caírem mais lentamente do que os pesados, como se afirmava, fazem-no com a mesma velocidade. Mostrou ainda como essa queda ocorre, ou seja, apresentando-a como uma relação de proporcionalidade entre o espaço percorrido e o tempo.

 

As ideias mecânicas de Galileu também foram publicadas sob a forma de um diálogo, os Diálogos sobre as Duas Novas Ciências, outra obra-prima, marco inicial da mecânica moderna. Nela reafirmava a importância do método experimental para a ciência, no qual, formulada uma hipótese, o cientista a evidência pela realização de experimentos e, somente então, parte para as grandes elaborações teóricas.

 

Mas em suas especulações no campo da mecânica, a simples observação não era suficiente para se obter o princípio da inércia, por exemplo, que, de certa forma, constituiu a pedra básica da mecânica moderna. Ele não poderia repousar apenas na realização de um ou mais testes e, por isso, Galileu recorreu às “experiências em pensamento”. Com efeito, qualquer tentativa de demonstrar experimentalmente o princípio da inércia estará, de antemão, condenada ao fracasso, pois ele ocorre literalmente apenas em condições ideais. No mundo real, o atrito sempre se faz sentir. A experiência em si serve apenas para constatar a validade do princípio; pois, com uma progressiva redução do atrito, a bola percorre um espaço maior.

 

Foi um processo semelhante que permitiu ao cientista contradizer a afirmação de Aristóteles de que o peso de um corpo  influi em sua velocidade de queda. A legendária experiência da Torre de Pisa, que lhe é atribuída, na realidade foi realizada pelo aristotélico Giorgio Coressio que, soltando algumas esferas de ferro do alto desse edifício, teria constatado uma queda mais rápida para os corpos mais pesados (o que não é surpreendente, considerando-se as condições em que o teste foi realizado).

 

Este período final foi bastante penoso para o cientista, pois, em 1638, a cegueira total o atingiu. Em carta a um amigo, desabafava o seu sofrimento: “Ai de mim! O vosso amigo e servo Galileu tem estado no último mês desesperadamente cego, de modo que este céu, esta Terra, este Universo, que eu, por maravilhosos descobrimentos e claras demonstrações, alarguei cem mil vezes além da crença dos sábios da antiguidade, se reduzem, daqui por diante, para mim, a um diminuto espaço preenchido pelas minhas próprias sensações corpóreas.”

 

 

Galileu no Tribunal da Santa Inquisição

 

Rodeado de amigos e discípulos, Galileu morreria a 08 de Janeiro de 1642. Seus companheiros quiseram erguer um monumento em sua homenagem, mas o Papa Urbano VIII vetou a proposição, alegando que ele seria um mau exemplo para os fiéis, visto que o morto “dera origem ao maior escândalo de toda a cristandade.”

Suas obras foram incluídas no Índex dos livros proibidos pela Igreja, juntamente com as de Kepler e Copérnico. Tais publicações seriam libertadas somente em 1822, mas as ideias que defendiam divulgaram-se muito antes.

 

 

Conclusão

 

A  grande contribuição de Galileu, portanto, foi ter dado peso ao papel da observação experimental na ciência. Para ele, a experiência constitui a principal etapa do trabalho científico. Mas é necessário ir mais além, buscando, pelo raciocínio, o caminho que permitirá a generalização das leis empíricas. E foi a aquisição dessa nova maneira de interpretar os factos que permitiu o nascimento da ciência moderna.

 

Descrição cronológica

1564 – 15 de Fevereiro: Nasceu em Pisa, Galileu Galilei.

1581 – Ingressou na Universidade de Pisa, como estudante de Medicina.

1583 – Determinou a lei do isocronismo as oscilações do pêndulo.

1584 – Formulou teoremas de geometria e mecânica.

1586 – Descobriu a balança para determinar o peso específico dos corpos.

1589 – Nomeação para lente de Matemática da Universidade de Pisa.

1592 – Assumiu a Cátedra de Matemática.

1595 – Descobriu a lei de queda dos graves.

1609 – Reinventou o telescópio, adaptando e aperfeiçoando o instrumento para a observação dos astros, com o qual passou a investigar o céu.

1610 – Janeiro: Descobriu as quatro luas de Júpiter que denominou de Planetas Medicianos, valendo-lhe as graças do Grão-duque  e o lugar de matemático de estudo em Pisa.

1610 – Março: Publicou o livro “ Sidereus Nuncius “ ( Mensageiro das Estrelas).

1610 – Agosto: Descobriu o planeta Saturno e os seus anéis, mas como o seu telescópio era pouco potente, julgou que Saturno possuísse dois satélites.

1610 – Setembro: Descobriu o planeta Vénus.

1611 – Foi distinguido como matemático da corte do Duque da Toscana, em Florença.

1613 – Envolveu-se numa controvérsia sobre a prioridade da descoberta das manchas solares, também reivindicada por outro cientista, padre jesuíta alemão Christoph Scheiner.

1623 – Editou o livro “ Il Saggiatore “ ( O Experimentador).

1632 – Publicou “ Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo “.

1633 – 22 de Junho: Julgamento de Galileu Galilei pela Santa Inquisição.

Após 1633 – Publicou “ Diálogos sobre Duas Novas Ciências, marco inicial da Mecânica Moderna.

1638 – Galileu foi atingido pela cegueira total.

1642 – 8 de Janeiro – Morte de Galileu Galilei

1822 – Apenas nesta data, as suas obras, que estavam até então incluídas no Índex dos livros proibidos pela Igreja, foram liberadas.

 

 

Bibliografia

 

 

http://WWW.geocities.com/CapeCanaveral/6344/galileu.html

http://members.fortunecity.com/planetarium/galileu.htm

http://www.meseutec.org.br/linhadotempo/inventores/1551galileu.htm

http://WWW.ead.ufms.br/br/biblioteca_digital/artigos/galileu_galilei.php

http://members.tripod.com/netopedia/biogra/galileu.htm

Dicionário Enciclopédico Larrousse

Memória do Mundo – Círculo de Leitores