PÉRICLES
(495 –429 a. C.)
Filho do general Xantipo e de Agariste da família Alcmeónida.
Foi influenciado na sua educação por Anaxágoras que lhe
incutiu o racionalismo e o desprezo pelas superstições.
Viveu a ameaça persa ao assistir à evacuação da sua cidade
aos quinze anos. Após a paz com a Pérsia (480 aC) assiste ao
nascimento do imperialismo ateniense com a formação da Liga
de Delos (478-477aC). O controle do seu tesouro permitiu a
Atenas reconstruir a Acrópole e o templo da deusa Atena.
Aos 30 anos Péricles casou com uma mulher rica da sua pólis
que lhe deu dois filhos.
Nenhum deles sobreviveu e ao fim de dez anos de casamento
separaram-se, tendo ela voltado a casar. Péricles ligou-se
então a Aspásia da cidade de Mileto com a qual nunca casou
devido ao seu estatuto de estrangeira (metecos), tendo
legitimado o filho de ambos Péricles o Jovem, contrariando
as leis da cidade que ele próprio defendia.
Tornou-se conhecido na vida política em 463 aC ao
representar os interesses do partido popular, quando se opôs
a Cimón do partido da aristocracia, defendendo a expansão
para a Macedónia e o distanciamento de Esparta.
Em 451-450 aC fez aprovar a lei que exclui da cidadania quem
não é ateniense por pai e mãe, controlando desse modo o
poder dos metecos. Defendeu a democracia esclavagista e o
pagamento aos participantes nos orgãos de governo da pólis.
Em 449aC assinou com Artaxerxes a paz de Calias terminando
assim as guerras com os Persas. Em 443aC é nomeado
estratega, cargo que ocupará 15 anos. É durante este período
que Atenas reforçará a sua hegemonia sobre as outras cidades
gregas forçando-as a aceitar e utilizar a sua moeda.
O ano de 433aC marca uma viragem na sua vida com os
processos que os seus inimigos políticos movem aos que lhe
estão próximos (Anaxágoras, Aspásia, Fídias), a guerra do
Peloponeso que se inicia em 431aC vai provocar uma viragem
no poder a favor da cidade rival de Esparta e o surto de
peste que surge em Atenas em 430 coincide com a sua
destituição dos cargos políticos.
Morre vítima da peste no ano seguinte com a sua cidade
cercada pelo exército espartano.
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XERXES I
(519 – 465a.C.)
Filho do rei Dario I e de Atossa, subiu ao trono da Pérsia
em 485aC com a morte do seu pai, continuando os seus planos
de submissão do Egipto que se tinha revoltado contra o
domínio persa e preparando uma nova expedição militar contra
a Grécia.
O próprio Xerxes comandou a expedição com mais de 100.000
soldados e uma frota de mil navios. Partiram por terra
atravessando a Ásia Menor sem encontrar resistência. Com a
ajuda dos Fenícios tentaram construir uma ponte que unisse o
estreito do Helesponto para a passagem do exército por terra
para a Grécia, uma tempestade no mar destruiu-a e Heródoto
conta que Xerxes ficou de tal modo enfurecido que mandou
aplicar 300 chicotadas ao mar como castigo pelo sucedido.
Ao chegar à Tessália derrotaram o exército espartano no
desfiladeiro das Termópilas mas no mar a frota persa não
conseguiu derrotar a frota ateniense na batalha do Cabo
Artemisium. Devido à ameaça do exército de Xerxes o
estratega ateniense Temístocles mandou evacuar a sua cidade
que foi em seguida tomada e incendiada pelos persas,
incluindo a acrópole.
Os atenienses concentraram as suas forças no mar e
derrotaram a frota persa na batalha de Salamina em 480aC.
Este facto constituiu o fim da expectativa persa sobre o
domínio do Mar Egeu. Xerxes retirou-se para a Ásia deixando
uma parte do seu exército na Grécia que foi derrotado no ano
seguinte na batalha de Plateia, o restante da sua frota foi
destruída no mesmo ano pela frota grega sobre o comando de
Esparta junto a Mileto.
Até ao fim da sua vida Xerxes terá permanecido na Pérsia
sendo recordado pelas posteriores acções militares que
reforçaram o seu controle sobre Babilónia e pelas obras na
cidade capital de Persépolis, onde foi encontrada a seguinte
inscrição em escrita cuneiforme traduzida pelo Instituto
Oriental da Universidade de Chicago:
“Eu sou Xerxes, o Grande Rei, Rei dos Reis, Rei de países
contendo muitos tipos de homens, Rei nesta grande terra
imensa, filho do Rei Dario, um Aqueménida, um Persa, filho
de um Persa, um Ariano, de estirpe Ariana.”
Xerxes morreu em 465 aC, assassinado numa conspiração
palaciana, possivelmente às ordens do seu filho Artaxerxes I
que lhe sucedeu no trono.
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