Amor esquecido

       

Gonçalo vivia num prédio no centro da cidade de Lisboa, onde havia muita confusão e movimento.

Por baixo do seu prédio alto e cor–de-rosa, e também já velho, havia  galerias. Eram de todos os tipos, desde mercearias com lindas frutas de cor natural exposta, ao sol radiante, a perfumarias, ourivesarias, e, à frente do seu prédio, havia uma esquina onde também se situava um prédio que, por baixo, tinha uma doce loja de chocolates de todas os feitios e sabores. Nessa mesma loja, havia uma empregada (era a que vendia os chocolates) que tinha uma pele da cor do chocolate negro, escura...doce, tinha também uns lindos, grandes e brilhantes olhos da cor do mar, uns cabelos como o  castanho das árvores.

Gonçalo estava apaixonado por ela, mas, algo estranho e forte, fazia com que este, perdesse as forças e a coragem para lhe exprimir o que por ela sentia.

Passava todos os dias pela loja da rapariga, e sempre comprava um chocolate, só para a ver nem que fosse durante 1 segundo, mas enquanto não a visse não dormia tranquilo.

O Pai do Gonçalo era general, por isso fazia várias missões por todo o mundo. A infância de Gonçalo foi muito “atribulada”, e já há 7 anos que não mudava de casa (como antigamente, que estava sempre a viajar...para todos os cantos do mundo) por isso ele pensava que já estavam definitivos, ali, naquele bairro, naquela cidade, à qual já se tinha habituado a viver.

Um dia, o seu pai disse-lhe que tinha de ir para África, logo, Gonçalo iria com ele. Este...ficou muito triste, só de pensar que iria estar sem ver a sua amada, vinham-lhe as lágrimas aos olhos. Ficou muito abalado com a situação e dava para perceber pela expressão da cara dele.

Porém ele não tinha escolha e  em Portugal não poderia ficar sozinho e como não tinha muito dinheiro para se sustentar foi trabalhando ao longo daqueles 7 anos, mas não era o suficiente, por isso tinha que ir com o pai.

Chegou o dia de partir. Gonçalo recusou ir, sem se despedir, ou ver por uma ultima vez a rapariga por quem se apaixonou.

O tempo foi passando, e já fazia 1 mês que tinham partido para África e cada vez mais era a solidão, a tristeza  e a saudade que Gonçalo fora suportando. Algum tempo depois voltou a vê-la, mas pensava que estava a sonhar. Não! Era um facto, era a realidade! Ele ficou deslumbrado e o seu coração começou a bater cada vez mais depressa, não parava.

Não sabia o que fazer, estava paralisado, as saudades eram muitas! Ela veio falar com ele porque sabia de onde ele vinha! E que foi ele, durante 7 anos,  que ia sempre comprar um chocolate à sua loja...nunca faltava!

Um dia, quando ia à sua caixa de correio, verificou que tinha recebido um convite para o casamento da realeza (casamento este, entre o príncipe e uma jovem) era por norma toda a população ir, este não podia ser excepção. No dia do casamento lá foi ele e deparou-se com a tal bonita jovem.  Convidou-a para dançar e esta aceitou, o coração dele batia mais forte que nunca.

 

O tempo foi passando e Gonçalo não se apercebeu,. Passaram três semanas e este recebeu outro convite para outro casamento ( irmão de um outro príncipe que tinha casado 3 semanas atrás com uma jovem).

Ele foi ao casamento e viu que a jovem que se estava a casar era a negra da loja de chocolates e ficou muito, muito, muito, desiludido. Não esperava isso dela...

Ela estava a casar por dinheiro (tinha sido a mãe que a obrigou já que ela tinha a sorte de o príncipe gostar dela) e não por amor, e foi no dia em que ela e o príncipe se iam casar em que eles (Gonçalo e a jovem) dançaram que ela percebeu que sentia algo.....

Esse “algo” era AMOR.

Quando chegou à parte da cerimónia, em que ela dizia se aceitava ou não casar com o príncipe, este já estava à espera que ela disse-se não, porque tinha lido o seu diário, em que lá mencionava todo o sucedido, e percebeu que não valia a pena estar a forçá-la a casar por uma pessoa que não amava.

Ela confirmou tudo, dizendo que amava verdadeiramente o Gonçalo.

Gonçalo saiu a meio do casamento sem se aperceber que esta o amava...e pensando que ela estava apaixonada pelo príncipe...com o desgosto suicidou-se.

Ela soube e ficou muito triste e a mãe ao saber matou-a porque se ela não casou com o príncipe e tinha uma oportunidade também não ia casar com um homem que se tinha suicidado.

A mãe não compreendia o sentimento da sua filha e também não lhe deu oportunidade de viver e ser feliz com o homem que amava...

 
  

 

 
 

Beatriz, 7ºE, nº4.

 
  Colégio Vasco da Gama  
     
 

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