O desaparecimento da
Marta
Era uma vez
uma casa,
muito, mas mesmo muito grande. Ela era tão grande que
até a família que lá habitava se perdia e, por vezes,
não sabiam uns dos outros.
A casa era pintada às
riscas vermelhas, azuis e amarelas. Certas vezes, as
janelas eram portas e as portas eram janelas. Naquela
casa havia uma desorganização imensa. Como a casa era
tão grande, às vezes, os criados eram patrões e
vice-versa. Nessa casa, reinava a alegria e felicidade.
E era tão contagiante que até a aldeia vizinha se sentia
feliz por tê-los como vizinhos.
Quem vivia naquela casa
era a família Pires. Podia-se considerar que era uma
família de “boas posses”. Na família Pires, havia uma
menina chamada Marta. Toda a gente gostava dela porque
era uma menina muito bondosa e atenciosa. Quando a Marta
fazia anos, seus pais convidavam muita gente rica para a
festa naquela casa, e os aldeões também se divertiam na
festa que davam para eles nos seus jardins. Todos
estavam convidados!
Mas um dia houve uma
epidemia que matou toda a gente daquela casa. A Marta
foi a única que sobreviveu porque era muito forte e
cheia de vontade de viver.
Depois desse triste
acontecimento, Marta passava os dias à janela a pentear
os seus longos cabelos castanhos, com um pente de
madeira. Mas houve uns dias em que não aparecia. E
passaram dias, meses e anos, e não aparecia.
Levantaram-se muitas dúvidas sobre o seu
desaparecimento, mas ela não aparecia.
A aldeia andava muito
triste, só de pensar que podia ter acontecido alguma
coisa à Marta.
Até que certo dia ela
apareceu à janela, novamente, mas com um pente de ouro e
os cabelos louros.
E nunca se soube
realmente o que aconteceu à Marta durante aqueles anos.
A única coisa que se sabe é que, com a Marta de volta, a
alegria voltou àquela aldeia.
Fim
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