João Sonhador
 

 

         Há muito tempo que João e a sua família se tinham mudado para aquela pequena e simpática aldeia, estava farto da agitação da cidade, e de todas aquelas pessoas atarefadas, a movimentarem-se de um lado para o outro, parecendo que não tinham objectivo definido.  

        João é um rapaz de 14 anos, que tinha a mania de sonhar acordado, o que o levava a ter comportamentos estranhos, como começar a falar para ninguém, enquanto imagina uma conversa entre ele e um amigo imaginário.

        Por vezes, caía no ridículo durante as aulas mais aborrecidas, nomeadamente as de Geografia e Matemática.

        À noite tinha sempre o mesmo pesadelo: era sugado da cama em direcção ao céu, depois estava na sala da sua casa às escuras e sentado no sofá; sempre que ele falasse, a televisão dava um grito e fazia um flash, de tal forma que o assustava; se tentasse fugir para o quarto dos pais, morcegos traziam-no de volta à sala; depois de 10 berros dados pela televisão, caía de novo na cama.

        Estes pesadelos eram de tal maneira consecutivos que começou a ter medo de ir dormir.

        Quando a mãe do João se apercebeu do que estava a acontecer, disse-lhe que havia uma lenda em que, se ele dissesse que queria falar com a rainha, iria parar a um salão enorme, no qual estava a rainha dos sonhos, para resolver problemas relacionados com sonhos ou pesadelos.

        João acreditou na mãe e depressa adormeceu. Durante a noite, voltara a ter o mesmo pesadelo e lembrara-se do que a mãe lhe dissera. Enquanto a televisão berrava, ele disse que queria falar com a rainha. A paisagem desvaneceu-se e, no lugar daquele pesadelo, surgiu um enorme salão, cheio de cortinas e ornamentos. No fundo da sala, estava um trono magnífico, banhado a ouro e com tecidos de veludo e nele sentada estava… a rainha dos sonhos. João aproximou-se e fez uma vénia com o devido respeito. A rainha perguntou o que é que o trouxera ali. João explicou-lhe a situação e ela respondeu-lhe que, sabendo o que fazia ele ter esse pesadelo, nunca mais o voltaria a ter. Lembrou-se, então, de que aos 10 anos de idade, tinha partido a máquina fotográfica do seu pai, levando um grande sermão deste.

     Estava explicada a origem daquele pesadelo. Os gritos dados pela televisão eram o sermão que o pai lhe dera. O flash da televisão estava relacionado com a máquina fotográfica. Os 10 berros da televisão eram a idade com que aquilo lhe sucedera.

          Terminado este raciocínio, acorda na cama do seu quarto. Daí em diante, teve muitos sonhos, e alguns pesadelos, mas aquele nunca mais.

 

 

 
 

Ricardo, 7º A .

 
  Colégio Vasco da Gama  
     
 

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