O Príncipe e a Criada

 

Era uma vez, há muito, muito tempo, um príncipe. O seu aniversário estava a chegar e com ele, a idade de casar. Todas as raparigas ricas do reino ficaram muito felizes com a notícia e começaram a arranjar a roupa mais bonita e o perfume mais caro para impressionarem o príncipe na noite do baile. Por outro lado, os criados tinham trabalho a dobrar por causa do grande baile.

Um certo dia, o príncipe resolveu ir ver como estava a ficar o salão onde se iria realizar a festa. Quando chegou, deu de caras com uma criada, mas não era uma criada qualquer, era a mulher mais bonita que ele já tinha visto na vida. Tinha-se apaixonado por ela, mas o seu orgulho não o deixava assumir nada com ela, porque era uma criada.

A noite da festa estava cada vez mais próxima. A última semana foi uma correria para arranjar tudo.

          No dia do baile, apareceram várias raparigas, mas entre elas houve uma rapariga que lhe chamou a atenção. Chegou-se ao pé dela e começou a meter conversa. A rapariga disse que se chamava Jasmin e que era filha da Baronesa. O príncipe ficou encantado e quis logo marcar o casamento. Quando ia anunciar em público a sua noiva, apareceu uma mulher acompanhada pela filha. Começou a refilar e a dizer que ele não se podia casar com Jasmin porque ela era sua criada. O príncipe, incrédulo, perguntou a Jasmin se aquilo era verdade, mas ela nada repondeu. O príncipe ficou furioso e mandou-a embora do reino para sempre. A rapariga, com o coração destroçado, saiu a correr.

Passaram-se dias, e os pais do jovem príncipe decidiram casá-lo com uma princesa de outro país.

Durante a cerimónia, a rapariga não parava de chorar, pois estava a ser obrigada pelos pais a casar. Como o príncipe tinha um bom coração, e também não estava a casar por amor, deixou a jovem ir embora. Nesse momento, o príncipe percebeu que a Jasmin era a mulher da sua vida e resolveu ir atrás dela. Saiu a correr.

À primeira pessoa que encontrou na rua perguntou logo se sabia onde se encontrava a criada. Depois de pensar um bocado, o homem lá decidiu contar que a criada tinha ido para o reino vizinho e trabalhava para o rei, por causa da vergonha que tinha passado na noite do baile. Ainda nesse mesmo dia, o príncipe partiu para o outro reino, à procura do amor da sua vida. Quando lá chegou, bateu à porta do castelo e perguntou pela jovem rapariga. O escravo mandou-o entrar e falar com o rei. Ao entrar na sala, viu o rei, que já estava à sua espera, pois os criados já o tinham avisado. O príncipe fez uma vénia e começou a perguntar por Jasmin. O rei respondeu que ele podia ficar com ela se conseguisse responder a três adivinhas feitas por ele. Como não tinha mais nenhuma hipótese, acabou por aceitar. A primeira adivinha era: “O que é que é que, quanto maior é, menos se vê”.

O príncipe pensou durante vários dias e várias noites, até que numa certa noite, estava ele a olhar pela janela do seu quarto para a lua e a pensar « Agora está a ficar cada vez mais escuro, vou-me deitar se não daqui a um bocado não vejo nada». Mal acaba de pensar nisto, reparou que já tinha a resposta para a adivinha do rei, a resposta era a escuridão. Assim, no dia seguinte, mal se levantou, foi logo para o castelo do rei. Quando lá chegou, o rei ainda não o podia ver, pois tinha visitas. O Príncipe não teve escolha, teve de esperar. Passada meia hora, o rei apareceu, finalmente.

- Então? Já descobriste a resposta? – perguntou o rei.

- Já, Majestade. A resposta é a escuridão. - disse o príncipe.

- Muito bem, vou agora dizer-te a segunda: «Tenho uma casa com doze damas, cada dama tem quatro quartos, todas elas têm meias, mas nenhuma tem sapatos».

O príncipe foi-se embora muito cabisbaixo, pois não fazia nenhuma ideia do que pudesse ser. Quando chegou a casa, pôs-se a pensar « Doze damas, o que é que tem doze damas?», mas distraiu-se deste pensamento para ir ver que horas eram. Eram onze horas, mais uma e tinha de se ir deitar. Voltou a pensar nas doze damas.

- Podem ser as horas!- exclamou. – Há doze horas, cada hora tem quatro quartos, e cada uma tem duas meias horas! Amanhã vou ter com o rei.

E assim foi. No dia seguinte foi ter com o rei. Desta vez o rei não tinha visitas, por isso,o príncipe pôde logo ser ouvido.

- Vieste dar-me a resposta à adivinha? – perguntou o rei.

- Sim, a resposta são as horas. – respondeu o príncipe.

- Está certo. Agora ou fazer-te a terceira e última adivinha: «Qual é coisa qual é ela quem a dá fica com ela, e não se pode servir dela?»

O príncipe ficou muito triste, e perguntou a si mesmo « É desta que estou perdido, o que é que será que aquilo quer dizer?». No caminho para casa,o príncipe muito bem a cavalgar no seu cavalo, e a pensar na solução da adivinha quando o cavalo parou repentinamente. O príncipe, com o impulso, caiu do cavalo. Com a queda feriu uma perna. Mas que pouca sorte. Agora que a tinha dado (a queda), ia ficar com a dor durante algum tempo, e não se podia livrar dela.  Foi para casa tratar da perna, quando reparou que já tinha a resposta para a adivinha do rei.

No dia seguinte, lá foi o principe outra vez ao castelo. Quando lá chegou, o rei tinha tempo para o ouvir.

-Já sabes a resposta para a minha adivinha?- perguntou o rei.

-A resposta é a queda. – disse o príncipe.

- Está correcto. Bem, prometido é devido, mas só ficas com ela se ela quiser, não a vais obrigar a ir contigo.

- Com certeza. - prometeu o príncipe.

Então, de trás de uma cortina, apareceu a bela criada, que aceitou casar com o príncipe, pois viu que estava arrependido. E viveram felizes para sempre.

 

 

 

 
 

Ana Rita 7ºA, nº3.

 
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