A ratinha branca

 

       
   A fada, soberana das alturas, convidou um dia todas as fadas das neves para uma festa no seu palácio. Todas compareceram envoltas nas suas capas de arminho, guiando os seus coches bordados a prata e a ouro. Mas, uma delas, Alba, ao ouvir chorar umas crianças que viviam numa solitária cabana, deteve-se no caminho.


   A fada entrou na pobre casa e acendeu a lareira. As crianças, aquecendo-se junto das chamas, contaram-lhe que os seus pais tinham ido para a cidade trabalhar e que entretanto elas estavam a morrer de frio e de medo.


   - Ficarei com vocês até ao regresso dos vossos pais – prometeu ela.


   E assim fez. Quando se foi embora, nervosa pelo castigo que poderia levar da sua soberana pelo atraso, esqueceu-se da varinha mágica no interior da cabana.
   A fada das alturas, aborrecida, contemplou Alba.


   - Como?! Não só te apresentas tarde, como ainda por cima não trazes a tua varinha?! Mereces um bom castigo!


   As outras fadas defenderam a sua companheira.


   - Já sei que a Alba tem uma certa desculpa. Faltou, sim, mas pelo seu bom coração. Por isso, o castigo não será eterno. Só durará cem anos, durante os quais, vagueará pelo mundo convertida numa ratinha branca.


   Por isso, já sabem, se virem uma ratinha muito linda, de uma brancura deslumbrante, saibam que é Alba, que ainda está a cumprir o seu castigo.
 

 

 
 

Beatriz Afonso, 7ºA, nº5.

 
  Colégio Vasco da Gama  
     
 

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