COLÉGIO VASCO DA GAMA
Prova de Língua Portuguesa
Objectivos: avaliar a interpretação, a escrita e a atenção, partindo do estudo d’Os Lusíadas;
avaliar conhecimentos acerca da origem e evolução da Língua Portuguesa.
Nome: ________________________ 9º ano; Turma__; Nº: __
Professor: José Manuel Cobrado
Antes de responderes, lê o excerto, já analisado nas aulas, e as perguntas que se seguem.
Não acabava, quando hua figura
Se nos mostra nos ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
“Eu sou aquele oculto e grande Cabo
A quem chamais vós outros Tormentório,
Que nunca a Ptolomeu, Pompónio, Estrabo,
Plínio, e quantos passaram, fui notório.
Aqui toda a Africana costa acabo
Neste meu nunca visto Promontório,
Que pera o Pólo Antárctico se estende,
A que vossa ousadia tanto ofende!
Luís de Camões, Os Lusíadas
I
PERGUNTAS
1. Localiza este excerto na estrutura interna do poema.
1.1. Partindo dos episódios já lidos e analisados nas aulas, aponta
· um simbólico
· um pictórico
1.1.1. Justifica as afirmações anteriores.
2. Refere o poder sugestivo de um recurso estilístico retirado deste excerto.
3. É possível, nalgum passo d’Os Lusíadas, identificar uma crítica(implícita ou explícita) à cobiça desenfreada e incontrolada dos homens. Justifica a tua opinião, fundamentando-te nos passos da obra que estudaste.
4. Recorda o episódio “O Adamastor” e explica as três perspectivas pelas quais pode ser encarado esse célebre personagem.
5. Divide e classifica as seguintes orações:
“Camões conheceu profundamente a alma do povo português e diz que levará longe esse sentimento”.
5.1. Transcreve as palavras sublinhadas e classifica-as sintacticamente.
6. Identifica as seguintes figuras de estilo retiradas d’Os Lusíadas :
· “...sois senhor supremo”(I,10,v.6)
· “Dai-me...(I,4,v.5)
Dai-me...”(I,5,v. 1 e 5)
· “Caso triste e dino de memória,
Que do sepulcro os homens desenterra” (III,118)
· “Tirar Inês ao mundo determina” (III,123)
7. Lê atentamente o seguinte poema de José Saramago:
FALA DO VELHO DO RESTELO AO ASTRONAUTA
Aqui, na terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.
Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza
Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez,
E pusemos em ti nem eu sei que desejo
De mais alto que nós, e melhor, e mais puro.
No jornal soletramos, de olhos tensos,
Maravilhas de espaço e de vertigem:
Salgados oceanos que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.
Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
(E as bombas de napalme são brinquedos),
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome.
(in “Os Poemas Possíveis” de José Saramago)
7.1. Relaciona o episódio do Velho do Restelo com o poema de José Saramago.
Redige correctamente o teu comentário, tendo em conta a actualidade e a pertinência das mensagens.
1.Espalhado por todos os continentes, o PORTUGUÊS é falado por cerca de 200 milhões de pessoas. Na sua origem está o LATIM.
1.1. Quais os países da Comunidade Europeia cujas línguas têm origem no latim?
1.2. Aponta um dos factores que contribuiu para a diversificação das línguas românicas ou novilatinas.
1.3. Distingue estrato de substrato e exemplifica.
1.4. Indica o (s) fenómeno (s) fonético (s) acontecido entre cada fonema destacado em cada par de palavras:
a) acumen > gume b) speculu > espelho c) opera > obra d) amore> amor
e) creo > creio
1.5.Os étimos latinos arena e mater deram, cada um deles, duas palavras. Quais foram as palavras e como se chamam essas palavras?
Recorda o que dissemos nas aulas sobre “A ORIGEM E EVOLUÇÃO” da Língua Portuguesa e comenta este pequeno texto:
A língua nunca está parada, evolui constantemente no tempo.
Sem ultrapassar as dez linhas comenta a afirmação anterior, justificando “a morte” de umas palavras e “o nascimento” de outras.
BOA SORTE E UMA PÁSCOA CHEIA DE AMÊNDOAS DE FELICIDADE!!!
1.O excerto situa-se na narração, no plano da viagem e no plano do
maravilhoso. 1.1. Simbólico: O Adamastor é simbólico e A Tempestade é um episódio pictórico. 1.1.1. O Adamastor é simbólico porque simboliza os perigos e todo o género de dificuldades que os portugueses tiveram de vencer para chegarem à Índia; A Tempestade é um episódio pictórico, pois tem como pano de fundo a natureza, o mar. 2 . Retiro uma personificação: “Eu sou aquele oculto e grande Cabo,” Esta personificação dá mais vida e realismo ao Adamastor, transformando-o numa figura estranha e ameaçadora. 3. Sim, no episódio do Velho do Restelo. Este condena todos aqueles que se aproveitam dos descobrimentos para aumentarem o seu prestígio pessoal, à custa da destruição de outros. O Velho do Restelo é um eco de todos os anónimos que se queixam por perderem os familiares, por verem as suas famílias destruídas e tantos outros males. 4. Geograficamente, O Adamastor é um monte, o Cabo das Tormentas; mitologicamente, é um gigante apaixonado por Tétis que vive eternamente frustrado por não poder concretizar o seu sonho amoroso; simbolicamente, representa todas as forças cósmicas que os portugueses tiveram de vencer para chegarem à Índia. Ao destruirem o gigante, os portugueses transformam-se em verdadeiros heróis e reduzem-no a “anti-herói”, simbolizando o domínio total dos mares por parte dos lusos. 5. Camões conheceu profundamente a alma do povo português = oração subordinante e diz = oração coordenada copulativa que levará longe esse sentimento = oração subordinada integrante 5.1. Camões = sujeito conheceu = predicado profundamente = complemento circunstancial de modo a alma = complemento directo do povo português = complemento determinativo levará = predicado longe = complemento circunstancial de lugar (aonde) 6. · Aliteração · Anáfora · Hipérbole · Eufemismo
7. Resposta livre
II
1.1. Esses países são: Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica e Luxemburgo. 1.2. Um dos factores foi a romanização em épocas diferentes. 1.3. Estrato é uma língua que se impõe a todas as outras (Latim, Português); o substrato foi uma língua que existiu, mas acabou por desaparecer, deixando algumas marcas (Céltico). 1.4. a) aférese e apócope b) prótese c) síncope d) apócope e) epêntese
1.5. arena deu origem a arena e areia; mater deu origem a madre e mãe. Tanto num caso como noutro, são palavras divergentes.
III Resposta livre ( poderás servir-te da fotocópia do professor sobre este assunto e tirares algumas ideias)
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