3-Transformação e utilização de energia pelos seres vivos

  3.3. Trocas gasosas em seres multicelulares

A vida aeróbia exige um fluxo constante de oxigénio e de libertação do dióxido de carbono.

Enquanto que nos seres unicelulares a troca é feita através da membrana do organismo, nos pluri ou multicelulares a forma como efetuam a troca, vai depender da complexidade do ser vivo (a quantidade de oxigénio necessária ao ser vivo depende do volume do mesmo mas a quantidade de oxigénio que penetra no ser vivo, vai depender da sua área superficial e espessura) e das condições do seu habitat.

Para seres vivos complexos a razão entre a área superficial e o volume é muito pequena, logo terão que existir estruturas respiratórias especializadas.

O processo físico responsável pelas trocas é a difusão. (lembra-te do que falamos do que ocorria nos alvéolos pulmonares e nos capilares- a hematose pulmonar)

A maior parte dos animais terrestres e as plantas têm a sua superfície impermeabilizada, porque as células expostas ao ar, perdiam água e o ser desidratava, assim, através da impermeabilização da superfície com queratina (ex: Homem)  e quitina (ex: insetos), os seres ficam defendidos da desidratação mas da mesma forma que não permite que a água saia, a impermeabilização da superfície dificulta a difusão dos gases e é esta é uma das razões para que existam as superfícies permeáveis onde se realiza a difusão. As plantas têm o estoma que é a estrutura que lhes permite a troca gasosa.

  

 

  3.3.1. Nas plantas

As plantas fazem a respiração aeróbica e a fotossíntese.

 Na respiração consomem o O2 mas como durante o dia o libertam na fotossíntese, este é mais que suficiente para a respiração. Na consequência da respiração  libertam o CO2, que durante o dia, vai utilizado para a fotossíntese (fase escura). O dióxido de carbono libertado não é suficiente e as plantas têm de absorvê-lo, também, durante o dia. 

Durante a noite a planta faz a respiração aeróbica mas não faz a fotossíntese, pelo que tem de absorver o Oxigénio e libertar o dióxido de carbono, tal como nos animais.

Estes dois gases vão ser absorvidos pela difusão

É através do estoma que se realizam as trocas gasosas. Na unidade anterior já vimos como funcionava o estoma, a abertura e o fecho mas o que leva a abertura o o fecho dos estomas?

relembra:

[Abrir e o fechar do estoma animação]

Os estomas controlam a quantidade de água que é perdida pela transpiração da planta. Os estomas estão sempre "revestidos" por água que vem das raízes. As células guarda são constituídas por uma parede que é mais espessa no local que revestem o ostíolo. Quando as células estão turgidas (cheias de água nos seus vacúolos), as células deformam-se, expandem-se no sentido das paredes mais finas das células guarda, pressão de turgência, fazendo que o ostíolo abra. Quando a pressão de turgência diminui (os vacúolos diminuem o seu volume) e fecha-se o ostíolo.

 

 A pressão de turgência das células guarda depende de vários factores como por exemplo:

- o Ph do meio;

- humidade do ar (pouca humidade abre o estoma);

- concentrações de iões;

-o dióxido de carbono (concentrações de CO2 leva ao fecho do estoma);

- a intensidade luminosa (estoma aberto com luz e fecha sem luz) etc.

 

Os iões potássio entram nas células guarda por transporte ativo e a água entra por osmose e a célula fica turgida e o estoma abre. Quando os iões potássio saem a água sai por osmose o estoma fecha.  

 

Os ESTOMAS regulam as trocas relativas à fotossíntese e transpiração mas também as TROCAS GASOSAS. O espaço preenchido por ar entre as células também facilita a troca de gases, formando um circuito de ar.

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Folha

  

 

 

 

 

 3.3.2. Nos animais

A troca de gases ocorre sempre em meio aquoso e por difusão simples.

Nos animais mais simples, como a hidra por exemplo, a troca gasosa faz-se diretamente do meio para as células por difusão.

http://www.sobiologia.com.br/

 

Nos animais mais complexos existe um conjunto de órgãos que constituem o sistema respiratório, onde estão incluídas as SUPERFÍCIES RESPIRATÓRIAS que têm caraterísticas comuns, embora apresentem algumas diferenças, consoante a complexidade do animal.

As superfícies são sempre húmidas, constituídas por apenas uma camada de células, e com uma grande superfície de contato.

A difusão simples pode ser DIRETA quando os gases passam diretamente para a superfície respiratória e INDIRETA quando os gases passam da superfície para um fluido intermediário e deste para as células.

 

TIPOS DE SUPERFÍCIES

Tegumento - a superfície do corpo do animal é a própria superfície respiratória. O oxigénio passa através da pele para o fluido circulatório que o leva às células e traz o dióxido de carbono das células para o exterior, tudo por difusão. É uma difusão indireta, pois existe um fluído intermediário e chama-se neste caso HEMATOSE CUTÂNEA. Ex: minhoca e outros invertebrados, a  rã tem também este tipo de hematose mas é um complemento à hematose pulmonar.

 

 

respiração cutânea - http://www.sobiologia.com.br/

 

Brânquias - O opérculo é uma tampa óssea protetora que se localiza lateralmente na cabeça do peixe. No interior  do opérculo avistamos as brânquias (guelras) que são extensões da superfície do corpo e localizam-se na cavidade branquial (ou câmara branquial) . A estrutura das branquias permite que haja uma grande área de contato entre o meio interno e meio externo.  Cada brânquia é constituída por filamentos branquiais e estes, por sua vez,  contêm várias lamelas, ricamente vascularizadas, onde ocorre a hematose branquial.

O fluxo de sangue flui em sentido oposto ao da entrada de água que banha as lamelas branquiais. Desta forma, à medida que o sangue pobre em oxigénio contata com a água mais rica em oxigénio, este passa por difusão para o sangue. Da mesma forma o dióxido de carbono que está em maior quantidade no sangue do que na água que banha as lamelas, passa por difusão para a água.

O movimento da água é controlado pela abertura e fecho da boca coordenado com os movimentos dos opérculos. Quando as fendas operculares estão fechadas, a água entra pela boca passa para a faringe, da faringe para as câmaras branquiais e sai pelas fendas operculares que se abrem.

 

 

http://www.cientic.com/

A maioria dos seres marinhos respiram pelas brânquias. Existe uma grande variedade de estruturas branquiais, estas dependem da complexidade dos seres vivos.

Sistema de traqueias - É constituído por uma rede de canais cheios de ar -Traqueias - que se vão ramificando ao longo de todo o corpo - Traquíolas - que contatam diretamente com os tecido. As extremidades dos traquíolas são fechadas e contêm um líquido que permite a difusão. A difusão é direta, o sistema circulatório não intervém na distribuição dos gases.

Nos pequenos insetos a difusão através das traqueias é suficiente mas para os insetos voadores que necessitam de grande consumo de oxigénio, têm uns sacos de ar que funcionam como reservas de ar e que se localizam juntos aos músculos.

 

 

http://www.cientic.com/

Sistema pulmonar - Tal como nos outros sistemas, existe uma grande variedade de sistemas pulmonares que está diretamente ligado ao grau de complexidade do ser vivo. Existem em todos os vertebrados terrestres.

Relembra o teu 9ºano.

Morfologia http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/nono/cardioresp5.html

Fisiologia http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/nono/cardioresp6.html

Os pulmões apresentam uma grande eficiência entre o meio externo (o ar que se encontra no alvéolo pulmonar) e o meio interno (sangue dentro do capilar).

Esta eficiência está relacionada com:

  -vasta área de superfície alveolar (existem milhões de alvéolos);

  -a camada do alvéolo pulmonar ser constituída por apenas uma camada de células, assim como a do capilar;

   -e a existência de uma vasta rede de capilares que envolvem os alvéolos.

 

 

http://www.netxplica.com/manual.virtual/exercicios/bio10/trocas.gasosas/10.BIO.tegumento.traqueias.htm