EM
NOME DE DEUS
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ISLAMISMO |
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“Só Alá é Deus”
“Alá é o Deus único e eterno. Não
engendrou nem foi engendrado. Não há ser semelhante a Ele.”
Corão, Sura 112
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A história do
mundo árabe não se inicia com Maomé (570-632), embora a sua
doutrina a tenha alterado e marcado radicalmente. Também não
podemos justapor árabes e muçulmanos (“o que se submete” à
vontade de Alá), pois a religião islâmica (islam-submissão)
é praticada em todos os continentes, só 20 % dos muçulmanos
são árabes.
Antes do Islão (622), a Península Arábica estava dividida em
dois mundos económicos, culturais e sociais. O norte,
desértico, albergava uma população pastoril e nómada
(beduínos), organizada em tribos, chefiadas por um xeque. O
sul, irrigado pelas monções, tinha no comércio a sua
principal actividade económica.
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Os
comerciantes controlavam as rotas comerciais entre a Ásia e
a Europa. Por elas circulavam perfumes, sedas, especiarias,
influências culturais / religiosas judaicas, cristãs, persas
e bizantinas.
Na
confluência das rotas comerciais estava a cidade de Meca,
governada por uma poderosa aristocracia mercantil.
No seu santuário, Caaba,
estava guardado um antiquíssimo meteorito negro e a ele
afluíam peregrinos de toda a Península. O culto da Caaba
aliava-se ao de vários deuses, pois os árabes eram
politeístas. |
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Foi na
cosmopolita cidade de Meca que nasceu (cerca de 570) e
cresceu Maomé.
Órfão desde muito novo, foi criado por um rico mercador, seu
tio. Seguindo a tradição da sua família coraixita,
participava nas actividades comerciais e fez várias viagens
à Síria. Nelas conheceu as doutrinas judaicas e cristãs.
Aos quarenta anos, quando orava num monte perto de Meca, foi
iluminado pelo arcanjo Gabriel que lhe deu a conhecer um
Deus único, omnipotente, omnisciente, clemente, e o incumbiu
de ser o profeta desse Deus. As revelações que o arcanjo
Gabriel lhe fez ao longo da vida foram registadas num livro,
o Corão. Este é o livro sagrado dos
Muçulmanos e está dividido em 114 capítulos (suras) que
contêm proclamações proféticas, normas sociais e morais,
prescrições rituais. Os cinco pilares da religião revelada
ao profeta são: o reconhecimento de Alá como Deus único e de
Maomé como seu profeta; a oração (5 x dia), com o crente
voltado para Meca; o jejum durante o mês do Ramadão, nono
mês lunar de cada ano; a esmola para os fiéis necessitados e
para as despesas militares; a peregrinação a Meca, pelo
menos uma vez na vida.
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Na religião islâmica não há
hierarquia de dirigentes religiosos, as preces públicas são
realizadas nas mesquitas e orientadas por um imã (líder
religioso). O islamismo impõe restrições religiosas à
representação de figuras humanas e animais, pelo que as
representações artísticas desenvolveram uma decoração rica
em motivos epigráficos (textos do Corão), vegetais (palmas,
videiras, acanto...) e geométricas (arabescos).
Muitas convulsões políticas
e militares da actualidade surgem associadas à palavra jihad,
como sinónimo de guerra santa e para alguns muçulmanos ela é
o sexto pilar do Islão. A palavra jihad significa “exercer o
esforço máximo” ou “luta” e pode ser menor (externa-
conflito militar) ou maior (interna- batalha para superar as
imperfeições do ser humano e adquirir o estado de pureza
moral).
Além dos ensinamentos do Corão, os muçulmanos respeitam a
Sunna, compilação das tradições (hadiths) da conduta do
profeta em situações concretas.
A pregação desta religião monoteísta não foi bem recebida
pelos cidadãos de Meca e Maomé e os seus discípulos foram
forçados a fugir (Hégira) para Iatribe (Medina), em 622. A
partir dessa cidade iniciou a guerra para a submissão de
Meca, que ocorreu em 630. O santuário da Caaba foi
consagrado a Alá e a cidade aceitou o islamismo. O profeta
continuou a residir em Medina, onde morreu em 632.
A morte de Maomé não interrompeu a expansão do islamismo e
em seu nome os árabes construíram um império que se estendia
da Península Ibérica ao Afeganistão.
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Breve cronologia da expansão do Islão:
622- Hégira: fuga de Maomé para
Medina
630- Conquista de Meca
632- Morte de Maomé
632- Califa Abu Bakr (sogro de Maomé) assume a liderança
dos muçulmanos
634- Califa Omar I- conquista da Síria, Palestina, Pérsia,
Egipto
644- Califa Otoman I- conquista do Afeganistão
656- Califa Ali (primo e genro de Maomé)- durante o seu
califado, as querelas políticas internas provocaram um cisma
no islamismo e dele surgiram três comunidades ou confissões:
*Xiitas (xi’ah Ali)- seguidores de Ali, descendente
directo de Maomé
*Coraixitas- defensores de uma postura islâmica
intransigente
*Sunitas- adeptos da Suna (costume), atribuem tanta
importância ao Corão como à Suna
661 / 750- dinastia Omíada-
conquista da África do Norte, Ásia Central, Península
Ibérica, sul de França (foram parados em Poitiers, em 735,
por Carlos Martel)
750 / 1258- dinastia Abássida- a sede do Califado é
transferida para Bagdade em 763; a partir de 756 vários
territórios tornaram-se califados independentes, embora
continuassem a reconhecer a soberania do califado de Bagdade
1171 / 1193- Saladino (Salãh al-Din Yusuf) reina no Egipto
1258- o mongol Hulagu conquistou e destruiu Bagdade. Os
árabes ficaram sob o domínio mongol.
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