DEMOCRACIA AGRILHOADA |
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ITÁLIA
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A autoridade que não se exerce, perde-se. Sal |
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Quero deixar uma marca em minha era como a que o leão deixa com suas garras. Benito Mussolini
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Quando terminou a 1ª Guerra, em 1918, a Itália encontrava-se entre os vencedores, mas pouco beneficiou das partilhas territoriais definidas pelos tratados de paz (Versalhes-1919; Saint Germain-1919; Neully-1919; Trianon-1920; Sèvres-1920); ao reino de Itália, constituído em 1870 e governado por Vítor Emanuel II, juntou-se o Trentino, Friuli e Trieste, ficando concluída a unificação do país.
Nos anos que se seguiram à guerra, a perda de vidas humanas conjugada com o esforço que tinha sido necessário para manter as operações militares trouxeram o endividamento, inflação e desemprego, a uma economia já atrasada relativamente a outros países europeus (Inglaterra, França, Alemanha). Sobre este fundo económico desenvolvia-se uma grave crise social. As greves operárias aumentaram; as massas, esfomeadas, pilhavam lojas; os camponeses invadiam as terras desocupadas e a burguesia, preocupada com o exemplo da revolução soviética, exigia a renovação das classes dirigentes.
O Partido Socialista e o Partido Popular Italiano reconheciam a necessidade de reformas, mas foram incapazes de as implementar. Giovanni Giolitti, em 1919, e Luigi Facta, em 1921, não impediram a sucessão de greves que paralisou 2 milhões de operários e camponeses, nem a ascenção de uma associação política, os Fasci di Combattimento, criada por Benito Mussolini. Esta associação, composta por elementos muito violentos e de ideologia anti-socialista, os Camisas Negras, pretendia acabar com a anarquia reinante, destruindo sindicatos, cooperativas e tudo o que entendiam como ameaça revolucionária. Dois anos depois da sua criação, em 1921, os Fasci transformaram-se em partido político, o Partido Nacional Fascista, usado por Mussolini para a conquista do poder.
Em 27 de Outubro de 1922, Mussolini, apoiado por 50 mil Camisas Negras e a pretexto de impedir a greve geral convocada pelos sindicatos anarquistas e socialistas, encabeçou a Marcha sobre Roma. Sem qualquer resistência e tido como salvador pelo exército, burguesia e monárquicos, foi empossado Primeiro Ministro pelo rei Vítor Emanuel III. Tomado o poder, iniciou a construção de um Estado centralista, autoritário e fascista, com o lema: Acredita! Obedece! Luta!
Tendo vencido as eleições de 1924 com 65% dos votos, o Duce concentrou os poderes de Chefe de Estado, embora a monarquia se mantivesse como instituição autónoma. Depois de, em 1926, ter sofrido um atentado, suprimiu as liberdades, dissolveu os partidos políticos, restaurou a pena de morte e criou tribunais especiais para julgar os oposicionistas indiciados pela O.V.R.A. (polícia política criada em 1925). Os extintos sindicatos foram substituídos por organizações corporativas, segundo as actividades profissionais, que incluíam trabalhadores e patrões. Com a Igreja Católica celebrou em 1929 o Tratado de Latrão. O catolicismo passou a ser a religião oficial do Estado e foi criado o Estado do Vaticano.
Reprimida a agitação social e política, iniciou-se a recuperação económica assente nos baixos salários e nas obras públicas para absorção dos desempregados. O arranque da industrialização, em 1927, acentuou a diferença económica entre o Norte industrial e o Sul rural e atrasado. A política externa foi orientada para a recuperação e aumento das colónias africanas, perdidas no final da 1ª Guerra. Em 1936, a Etiópia tornou-se italiana. A aliança com a Alemanha na 2ª Guerra (1940), trouxe ao exército italiano grandes derrotas e a Mussolini a destituição pelo Grande Conselho Fascista, em 25 de Julho de 1943.
Libertado e protegido pelos alemães, Mussolini proclamou em Salò, no Norte de Itália, a República Social Italiana. Daí tentou fugir para a Suiça no final da Guerra, mas foi preso e executado com a amante, Clara Petacci, em 28 de Abril de 1945. Os seus corpos foram expostos nas ruas de Milão.
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