ENZIMAS e FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO (DIGESTÃO E ABSORÇÃO)
As enzimas digestivas
As enzimas são proteínas
com propriedades especiais que auxiliam o desdobramento de nutrientes complexos
em mais simples, de forma a que possam a ser absorvidos pelo organismo e
intervêm na digestão química
Propriedades das enzimas:
-São biocatalizadoras-
são orgânicas e aceleram as reacções da digestão e não se gastam.
- São específicas- Só actuam em determinada substância, o Substrato.
Funcionam como o modelo chave-fechadura.
- São sensíveis ao pH e à
temperatura do meio.
pH do meio - uma
enzima preparada para funcionar em pH neutro só funciona neste meio quando o
meio se altera, a enzima é destruída.
Temperatura-
As enzimas são sensíveis à
temperatura, a temperaturas muito baixas as enzimas ficam inactivas a
temperaturas muito elevadas as enzimas são destruídas. Existe uma temperatura em
que a velocidade da reacção enzimática é máxima- temperatura ideal, corresponde
à temperatura normal do nosso corpo.
FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO (DIGESTÃO E ABSORÇÃO)
Como já dissemos a digestão é o conjunto de processos químicos e de processos físicos que visam a simplificação de macro moléculas em micro moléculas. Para cada órgão, diremos a digestão química e física de cada.
Boca
digestão física- Mastigação
- Os alimentos são rasgados, triturados através dos dentes, língua e músculos da
face.
digestão química- ensalivação, consiste na mistura dos alimentos com a
saliva, os órgãos que intervêm são a língua e as glândulas salivares.
A amílase contida na saliva desdobra o amido (polissacarídeo) em maltose
(dissacarídeo)
água e Amílase salivar (actua em meio neutro)
Do resultado da mastigação+ensalivação os alimentos passam a bolo alimentar.
Deglutição:
o bolo alimentar passa para a faringe através deste fenómeno, a língua levanta e
empurra para trás os alimentos, o véu do paladar levanta e tapa a comunicação
com as fossas nasais, o bolo alimentar desce e passa pela epiglote que tapa a
comunicação com o aparelho respiratório.
Esófago
: No esófago o bolo alimentar é empurrado para o estômago através dos movimentos
peristálticos, através das contracções dos músculos do esófago (processo
físico).
Estômago
O bolo alimentar passa para o estômago através da abertura do esfíncter cárdico.
No estômago:
digestão física- os músculos das paredes do estômago contraem fazendo um
onda peristáltica (20s), estes movimentos facilitam o contacto do bolo alimentar
com o suco gástrico.
digestão química- O suco gástrico é constituído por enzimas e ácido
clorídrico, este é fundamental porque mata algumas bactérias nocivas ao
organismo e constituiu o pH ideal para actuação das enzimas do estômago. As
enzimas são as proteáses e lipáses gástricas (esta não é muito eficiente).
A pepsina, a proteáse gástrica, desdobra as proteínas em polipetídeos.
A lipáse gástrica separa os ácidos gordos do glicerol.
O resultado dos dois tipos de digestão transformam o bolo
alimentar em quimo-pasta homogénea que passa em jactos intermitentes através do
piloro para o duodeno.
Intestino delgado.
Digestão física- movimentos peristálticos.
Digestão química- actuação das enzimas do suco intestinal do suco
pancreático e da bílis no quimo.
Enzimas do pâncreas- Amílase pancreática desdobra
o amido em maltose
lipáse pancreática desdobra os lípidos em ácidos gordos + álcool.
tripsina desdobra os polipéptideos em dipeptídeos.
Bílis- actua em conjunto com a lípase pancreática nos lípidos, a bílis dissolve
as gorduras para facilitar a reacção das enzimas.
Enzimas intestinais- atacam principalmente os glúcidos:
Lactase actua na lactose e desdobra-se em glicose+ galactose
sacarase actua na sacarose e desdobra-se em glicose + levulose
Maltase actua na maltose e desdobra-se em duas moléculas de glicose.
Enzima intestinal que desdobra os prótidos: Erepsina actua nos dipeptídeos e
desdobra-os em aminoácidos.
Do resultado destas acções o quimo passa a quilo.
Quadro síntese das enzimas que actuam no processo químico da digestão
órgão | Substrato | Enzima | Produtos |
Boca | amido | amílase salivar | maltose |
Estômago | proteínas | pepsina | polipeptídeos |
Lípidos | lípase gástrica | ácidos gordos + glicerol | |
Pâncreas |
amido
|
amílase pancreática
|
maltose
|
polipeptídeos
|
tripsina
|
dipeptídeos
|
|
lípidos
|
lípase pancreática
|
ácidos gordos + glicerol
|
|
Intestino delgado |
dipeptídeos
|
Erepsina
|
aminoácido
|
maltose
|
maltase
|
glicose+glicose
|
|
lactose
|
lactase
|
glicose+galactose
|
|
sacarose
|
sacarase
|
glicose+levulose
|
Intestino Grosso
Absorção de água e de NaCl (sal) são os
fenómenos de relevância fisiológica que ocorrem no intestino grosso. Existe
também produção de vitamina K e B12 por acção bacteriana. A subtracção de água
dos restos não digeridos da dieta produz uma massa pastosa a excretar: as fezes.
Absorção
A absorção ocorre, essencialmente, ao
nível do intestino delgado. São nas vilosidades intestinais que os nutrientes
simplificados vão passar para o sangue e linfa, para serem conduzidos às
células.
Os lípidos e as vitaminas lipossolúveis são absorvidos através do canal
quilífero (amarelo na figura) existente nas vilosidades, enquanto os restantes
nutrientes (água, sais minerais, vitaminas hidrossolúveis, aminoácidos) serão
conduzidos pelos vasos sanguíneos (azul e vermelho na figura).
As substâncias não absorvidas no intestino
delgado passam para o intestino grosso, local onde a maior parte da água e sais
minerais passam para o meio interno.
Existem bactérias no intestino grosso que fabricam vitaminas (K e B12), a partir
do resto das substâncias alimentares que o nosso organismo não utilizou.
As restantes substâncias do quilo que não foram aproveitadas pelo nosso
organismo irão constituir as fezes que sairão para o exterior através da
defecação.